domingo, 15 de julho de 2007
VIDA
Vida, que és boa para tanta gente,
E a tanta gente embriagas de prazer:
Para mim foste má, foste inclemente,
E deixaste-me exausta de sofrer!
Quando, às vezes, recordo, tristemente,
As agonias do meu pobre ser,
Tu me causas pavor... De tão descrente,
Alegro-me, ao pensar que vou morrer!...
Caiba ao destino a culpa de ter sido
A minha mocidade um só gemido;
Mas, sei que o meu faminto coração,
Na morte, que, bem sinto, virá breve,
Há de achar o carinho, que não teve,
E a paz, que tanto mendigou em vão!...
Carmem Cinira
(Cinira do Carmo Bordini Cardoso)
(1.902-1.933)
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