segunda-feira, 30 de julho de 2007
'A BELEZA'
Neste crisol do coração, Beleza
Que iluminas a nossa noite escura,
És a Bondade — que se fez Grandeza
E a Dor sofrida — que se fez Doçura.
És a muda expressão da Natureza;
Beijo no amor, sorriso na candura,
Prece na morte, pranto na tristeza
E, para os poetas, mística tortura.
Ninféia azul no pântano estagnado,
Flores brotando na aridez das lousas,
Ou mistério no páramo estrelado,
Em tudo o que nos cerca, tu repousas,
Porque a Beleza é Deus manifestado,
A nos sorrir pela expressão das cousas.
Afonso Schmidt
in «Janelas Abertas» (1912).
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