quarta-feira, 25 de julho de 2007
PARA QUANDO CHEGAR O FIM
E se só restar o silêncio
Da insônia de uma calha
Que não se cansa de gotejar.
E se só restar para contar
Uma história sem história,
A noite perdida
De 40 cigarros
Fumados sem sentido.
E se só se tratar
De retratar sempre
A mesma paisagem sempre,
A mesma miséria sempre.
E se este coração dormir
Anestesiado
E sentido-se supérfluo
Bater de vagar,
Chorando uma falsa lágrima.
E se só restou para desfrutar
Esta paz de soníferos
Este canto tedioso,
Esta monótona melodia,
Esta saudade de dois lugares.
Para quando chegar
O final improvisado
Não ficará mais que um
" resignado irmão"
para pagar
a entrada na eternidade
ou o nada
que nos espera.
Nos deixarão só
Os músculos cansados, só
Os lábios cansados, só
As mãos cansadas, só
Os dedos cansados, só
Para justificar
Esta ausência da existência
Que nunca nos cansamos
De dar por subentendida
Presente, medíocre
E ironicamente
Especial e eterna.
Autor: Gito Minore
Tradutor: Cleidiner Ventura
(Original Espanhol: "Para cuando Sobrevenga el Final")
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