A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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segunda-feira, 30 de julho de 2007

"A FLOR DA NOITE"


(Epiphyllum oxypetalum- Flor da noite)


No enredado dossel da mata solitária
Onde murmura o vento e o ribeiro responde,
A parasita galga o corpo da araucária
E entre festões de prata, abre o pálio da fronde.

Lá no rincão mais fundo e mais selvagem de onde
Não sobe um vago som de vida tumultuária,
Corpo a corpo com o tronco, ela toda, se esconde
Na imaginária paz da sombra imaginária.

Sua existência no ermo é uma perpétua boda!
E quando a noite estende a pálpebra dormente,
De volúpia e de amor ela estremece toda,

Esperando que o luar desça por uma fresta
Para se aconchegar como um gato indolente
No berço verde dos seus braços, na floresta.


Olegário Marianno
Toda uma vida de Poesia
1.957.

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