segunda-feira, 30 de julho de 2007
...
Amo as horas sombrias do meu ser
em que os meus sentidos se aprofundam;
nelas encontrei, como em velhas cartas,
o meu dia a dia já vivido,
ultrapassado e vasto como numa lenda.
Elas me ensinam que possuo espaço
p’ra uma intemporal Segunda vida.
E por vezes sou como a árvore
que, madura e tumorosa, sobre uma campa
cumpre o sonho que a criança de outrora
(abraçada por suas cálidas raizes)
perdeu em tristezas e canções.
RAINER MARIA RILKE (1875-1926)
Tradução: Ana Hatherly
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