segunda-feira, 9 de julho de 2007
'SONHOS MORTOS'
Tive sonhos azuis na mocidade
que vinham, como pássaros em festa
encher-me o peito - um canto de floresta –
de gratos sons, de viva alacridade.
Mas um dia a cruel realidade
pôs em cima a rude mão funesta
e exterminou-os... Nenhum mais me resta
na minha negra e triste soledade.
Hoje o meu peito inerte, mudo e frio,
se converteu num túmulo sombrio
por sobre o qual, gementes e tristonhos
alvejantes fantasmas se debruam:
- são as meigas saudades que soluçam
sobre o jazigo eterno dos meus sonhos!
Padre Antōnio Tomás
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