sábado, 7 de julho de 2007
'Soneto"I"
Sob o céu tão azul que se espiritualiza,
o jardim vai fechar as pétalas das rosas
como alguém que cerrasse as pálpebras medrosas
para ver o que só no sonho se divisa.
Tudo adormece em torno... E a paisagem, mais lisa
que um esmalte, desfaz-se em sombras vaporosas...
Nascem apenas no ar, vêm das moitas cheirosas
arabescos de sons de flauta, pela brisa...
A sombra desce e abranda as cores... E do luxo
do jardim silencioso, onde as luzes se enfeixam,
subsiste só o esguicho esvelto do repuxo.
E, sob o céu que foge em tons de anoitecer,
fecham-se as flores, como os olhos que se fecham
para ver o que só no sonho podem ver.
Onestaldo de Pennafort
- Interior -in "Poesia
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