terça-feira, 24 de julho de 2007
A BALADA DA LÁGRIMA
Pequenina, redonda, transparente,
Como uma jóia esplêndida a luzir
Do heráldico diadema de um Vizir,
Foi a mais linda pérola do Oriente.
Veio da fonte que há na alma da gente,
Da recôndita fonte da emoção.
E caiu, silenciosa, de repente,
Como um beijo de amor, na minha mão.
Ainda assustada, e trêmula, ainda quente,
Que me que esta pérola de Ophir ?
- Quero exprimir apenas o que sente,
O amor que se não pode traduzir.
Venho do olhar que te ama ansiosamente,
Do desolado olhar que te olha em vão...
E brilhou, silenciosa, de repente,
Como um beijo de luz na minha mão...
- Tudo mente na vida. Só não mente
A dor no seu delírio de ferir.
Ela traz a impressão da água corrente
Que vai, campina em fora, a refletir...
Eu sou a melancólica semente
Da árvore que dá flor no coração. –
E secou, silenciosa, de repente,
Como um beijo de luz, na minha mão.
Olegário Marianno
Poemas de amor e de saudade
1.932.
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