Procurei fazer as pazes com Deus
E em ardentes preces
Pedi e implorei algo que não merecia.
Ao invés de me ser dado o céu,
Tive que pagar os meus pecados,
Eles eram meus, unicamente meus...
Aceitei com humildade a penitência,
Marquei um encontro com o destino
Na minha hora mais amargurada e ele não compareceu.
Rasguei então as minhas vestes de pagão
Para vestir o hábito de um ermitão.
Peguei um longo cajado e andei ...
Andei pelo mundo inteiro,
Sem rumo ou direção,
Pois havia perdido minha bússola.
O sacrifício foi imenso
E as minhas preces foram inúteis,
Os pecados eram meus, unicamente meus.
Celei meus lábios às blasfêmias,
Ao invés de odiar passei a amar,
Porque muitas vezes o amor nasce do ódio.
Cerrei meus olhos às más impressões,
Fechei meus ouvidos às vozes da meledicência,
Tornei-me um homem mudo, cego e surdo...
O mundo me tornou assim
Com seus míseros preconceitos.
Reservei todos os momentos de que dispunha
Contei os segundos e minutos do relógio,
Acompanhei a dança das horas,
O tempo foi meu amigo na longa caminhada...
Procurei dedicar-me inteiramente às orações.
Hoje, quem sou?
Apenas um homem como outro qualquer.
Perdido no meio das grandes multidões.
Que fiz eu?
Nada, absolutamente nada.
O que me resta?
Só Deus sabe na Sua infinita sabedoria.
Por que não sei!
Mas humildemente seguirei o meu caminho,
Vagarei dentro das noites quixotescamente,
Em busca de uma estrela solitária.
Desfilarei na longa passarela da vida,
Enfrentarei as dificuldades terrenas,
Com calma e estoicismo.
Continuarei a procurar ao longo dos caminhos,
Algo de bom que até hoje não encontrei
Com a alma dividida em pedaços...
Meu coração minado de desilusões,
Mas a fé não morre nunca porque ela é grande,
muito embora às vezes não a possuímos...
A esperança é uma luz verde
Que está sempre, permanentemente,
Diante dos nossos olhos...
Olympiades G.Corrêa
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