segunda-feira, 25 de junho de 2007
A CANÇÃO DA FELICIDADE
Não foste para mim, Felicidade!
O sorriso que levas a outras bocas
e que as enche das ilusões mais loucas,
vem a mim sob a forma de saudade.
Saudade do que nunca tive, da ventura
que todos conseguiram, menos eu.
Saudade de uma estranha criatura
que devia ser minha e já morreu.
Nunca pensei que a vida fosse assim,
Tão vazia, tão áspera e tão triste!
Será verdade que o prazer existe?
Felicidade, não tens nada para mim?
Será possível que na tua taça
nem ao menos reste um pouco desse vinho
que dás aos outros a beber, pelo caminho
onde minh’alma, quase morta, passa?
Ai, vinho que embriagas mais que tudo!
Ai, lábios de mulher que eu não beije!
Mãos amorosas, mãos macias de veludo
que me espancaram quando desejei!
Felicidade! Sonho azul da mocidade!
Ânfora cheia do perfume de mil bocas,
perfume cheio de carícias loucas,
eu só conheço a tua irmã Saudade.
Não foste feita para mim, Felicidade!
Onestaldo de Pennafort
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