quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
NOITE
Da tarde os vivos e áureos esplendores
No véu crepuscular se vão turvando.
Luz de um flébil clarão fugace e brando
Derrama o Sol nos últimos palores.
Os alados e prófugos cantores
Buscam seu ninho, lépidos, em bando ...
O velho mar, soturno, está rezando
Uma oração feita de mágoa e dores.
É noite. A treva estende-se na terra ...
Cessa da vida a atrabiliária guerra ...
E a via-láctea pelo espaço mudo,
Lembra a espuma da fervida cascata,
Lembra uma faixa alvíssima de prata
Sobre um pedaço negro de veludo.
Arthur de Salles
in Sete Tons de Uma Poesia Maior
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Um comentário:
Mais um belo poema.
Sempre uma agradável surpresa este seu cantinho!
Parabéns.
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