segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
PAISAGEM PARA O SONÂMBULO
IX
O homem foi verdadeiro enquanto não
olhou o espelho. – O que era um só, depois
(pasmo ao sentir-se dividido em dois)
não pôde achar-se, procurou-se em vão.
Para abrigá-los em sua solidão.
a alma partiu a túnica entre os dois;
talvez antípodas no espelho, pois
vão sem saber por que caminhos vão.
Mas quem será o recém-chegado? – Seu
mudo olhar se procura no vazio.
-Onde ele está? Onde me encontro eu? –
Quando penso alcançá-lo já seguiu;
e fica, em seu lugar, somente o meu
rosto branco de quem nunca se viu.
Colombo de Sousa
in: Estágio
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2 comentários:
Adore passar por este cantinho!... Uma encantadora descoberta, sempre!
Obrigado por partilhar.
Lindas palavras, Reveladoras de muita sabedoria na vida.
Parabéns pelo blog e pelas palavras.
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