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O que deixo:
verde solidão
da raiz ao cabelo.
O que deixo:
vértebras do tempo,
desigual fermento.
O que deixo:
bala no verão,
cobra no inverno.
O que deixo:
gemido e agulha
ensacando ventos.
O que levo:
frutos de ouro
romaria e desterro.
O que levo:
sonhos e erros
do horizonte maciço.
Da árvore e seu resumo
os vícios do mundo
medos e sonhos
no velho pensamento.
Cyro de Mattos
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