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(Destiny, John William Waterhouse)
No lapso entre a eternidade e a alma
Equilibra-se a pluma de um arcanjo
Na qual o madrigal de um doloso drama
Flui como sombra de um passado espanto
Aurora pálida que brilha como lâmpada
No tempo da beleza e do espírito
Que demarca as notas da tola alvorada
Vaidade que atravessa, cruel, o infinito
Abre-se como um leque o meu desejo
Enquanto de rendas e lágrimas me visto
Tecido que abraça o corpo com tal gracejo
Do cetim, da ópera, dos nobres, do imprevisto.
Nem liras, nem claves satisfazem o olhar
Que me fita com o esnobismo de uma gueixa
Neste olhar repousam jóias feitas de ar
Como rubi estilhaçado que em meus dedos deixa
E nas ruínas, no nada, naquilo que restou
Escorre na escuridão a forma bela e alva
Um prisma de luz que és tu e é o que sou
No lapso entre a eternidade e a alma.
(Jessica Katleen - WaruWaru)
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