A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Saltimbanco


("Les Saltimbanques" Marc Chagall-1.963)


O não mais espumoso vinho dos abismos
O cauterizado testemunho de um instante de beleza:
O ritmo do oceano
O palco
e a metade da cama para o falso poema
O saltimbanco

Ou o sangramento
da perda de um deus a cada assalto
O cadafalso
O semidestroçado frêmito de um destino cego de antemão
O não mais aceito rito do ofício O ofício:
esta rasura do corpo sendo esquecido
O esquecimento
O desabitado segredo das palavras

Max Martins
1923-2009
Pará- Barsil

Um comentário:

Marcos Pontes disse...

Fiquei sabendo da notícia pelo blog do Benny e agora vejo aqui. Uma grande pena que só é consolada pela lembrança de suas poesias muitas e ricas e de seu caráter ímpar. Grande perda para a poesia belemita.