quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
AFINIDADE
Krabi, Thailand
Na imensidão da praia
há um bloco de granito,
solitário,
apontando o infinito.
Em suave carícia
uma alga-marinha o enlaçou.
Abraço eletivo.
Ao sopro da brisa, o vegetal murmura,
afinando a voz ao doce marulhar
das águas mansas.
Um dia, vagas impetuosas,
em doidos arremessos
lançam-se à praia
e arrebatam do granito a companheira...
Só então, o minério sente
sua condição de pária.
Percebe o significado real do isolamento.
E como antena prodigiosa
continua apontando o infinito,
na ânsia indomável de captar mensagens...
Eflúvios de amor que se evolam
da alga-marinha – a rolar
e se debater entre vagas e rochedos.
Mas, lá nas alturas,
enquanto a planta fenece...
eleva-se um clarão de luz sideral!
Sons magníficos alçam-se aos ares...
A antena vibra!
E a alma da pedra canta – em surdina –
a mesma canção da alga-marinha.
Pompília Lopes dos Santos
1.900-Paraná
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2 comentários:
Encantador...um poema é muito bom quando a gente consegue "vesti-lo" como roupa talhada especialmente para nós...
Um lindo final de semana para ti
Madalena:
Seu bom gosto e sua sensibilidade
se confundem com a beleza poética
destes lindos versos atemporais...
Parabéns pelo seu blog!
Um espaço encantador!
Um abraço.
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