A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

Seja bem-vindo. Hoje é
Deixe seu comentário, será muito bem-vindo, os poetas agradecem.

domingo, 15 de julho de 2007

"VIII"


Tarde


A tarde morre suavemente, como um poeta...
E, estendendo no céu a mão longa e nervosa,
desfolha a flor do dia em nuvens cor de rosa...
Há uma viagem chorando em cada lírio, inquieta...

Uma asa tonta risca o espaço, silenciosa.
O lago de cristal tem uma dor secreta
e uma folha, que tomba, enruga-lhe, medrosa,
como a fronte de um velho, a superfície quieta.

Alguém chora outro alguém sobre o musgo de um banco
No ar parado perpassa uma ânsia de violinos,
de perguntas de amor que ficam sem respostas...

E a Tarde, em seu caixão de virgem, todo branco,
passa lânguida e morta... E, pela voz dos sinos,
todas as torres vão rezando de mãos postas...


Guilherme de Almeida
- Serenidade - In Toda a Poesia

Nenhum comentário: