A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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domingo, 15 de julho de 2007

'SONETO DAS PERGUNTAS'



Por que uma vária vela vento em fora
me arrasta para além daquela curva,
e esta âncora, revendo atrás e aurora,
prende meu lenho sob uma água turva?

Quando eu não for, como será o mundo?
Houvera o mesmo chão, se eu não houvesse?
A reta mão não toca o céu profundo;
como o tocara a voz de oblíqua prece?

Por que sou mais mortal e mais ausente
na distância fechada à minha frente?
Quem me esvaziou de mim, de hoje e de aqui?

Entre que relva, em que porão nefando
ou absurda cisterna está vagando
aquele que já foi — e que perdi?

Abgar Renault

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