segunda-feira, 9 de julho de 2007
'LONGEVIDADE CAMONIANA'
Claros fios de prata em minha fronte,
Que tanto me abreviais a vida breve,
E os dias, que me leva o tempo leve
E que eu não quis contar, mandais que conte:
Se até mesmo do pranto a pura fonte,
Por que verter não possa quanto deve,
Vosso frio rigor converte em neve,
Quem há aí que vos fuja, ou vos afronte?
Esquecestes, entanto, brancos fios,
Que, quanto mais sois brancos, e mais frios,
Mais própria em vós se espelha a maravilha
De um sonho meu de luz, dourado e eterno:
Pois o sol é mais sol quando é inverno,
E a neve é menos neve quando brilha.
Guilherme de Almeida
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