A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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domingo, 1 de julho de 2007

'EU QUERIA'



Senhor!
Eu gostaria de servir,
Gostaria de dar o meu contributo
em favor de um mundo melhor. Gostaria de ser grande e nobre,
para que a dor batesse em retirada da Terra.
Eu gostaria de ser como uma Via-láctea de estrelas,
Para que as noites da Terra fossem mais belas!
Mas ante a minha pequenez, Senhor?!
Não podendo, então ser uma Via-láctea,
deixa-me ser um pirilampo na noite escura,
Iluminando a amargura
de quem vive na escuridão.

Eu queria ser como a chuva generosa,
que caísse sobre a terra porosa
e reverdecesse o chão.
Mas, se eu não o conseguir,
eu te venho pedir
para ser o copo de água fria,
matando a sede, a agonia,
de alguém que está na desesperação.

Eu queria ser como um jardim de flores
de todas as cores,
para embelezar a Terra,
mas, na pobreza que minha alma encerra,
se eu não puder ser um jardim,
deixa-me ser uma flor solitária
na rocha colocada,
para dar beleza
e dignificar a natureza.

Eu queria ser um trigal maduro,
para repletar a mesa
da Humanidade com o pão!
Mas se eu não o puder,
aqui estou a rogar
para ser um grão
que, caído no chão,
se transforme num milhão
e atenda à fome inteira da multidão!

Senhor!
Eu gostaria de ser a montanha altaneira,
donde se tivesse a visão da Terra inteira,
mas, como nunca o hei de conseguir,
aqui estou a pedir
para ser uma pedra
pavimentando o caminho por onde seguem os heróis,
ou uma escada
para ajudar a subida dos homens.
Mas, se eu não o lograr,
deixa-me ser o primeiro degrau ...

Eu queria, sim
ser poeta,
orador,
esteta,
artista,
prosador,
para cantar a magia,
a poesia,
a beleza da Tua Mensagem
de eterna pujança!
Mas, como me faltam o estro,
a palavra,
a tinta,
a empatia,
deixa-me, Senhor,
ficar à sombra de uma árvore
no caminho,
para quando passe alguém
de mansinho,
eu lhe diga:
- “Olá, meu amigo!”
E ele, olhando-me,
Possa perguntar quem sou
E eu lhe responder, tranqüilo: “Sou teu irmão.
Dá-me tua mão.
Irei contigo...”

Ó Senhor!
Muito obrigado,
porque nasci,
porque creio em Ti.
Muito obrigado!


Poesia recitada pelo orador Espirita DIVALDO PEREIRA FRANCO que tive o privilégio de ouvir, no dia 29/06/2.007 na Sogipa/PA/RGS

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