A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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terça-feira, 17 de julho de 2007

AO CALOR DA LAREIRA



Mesmo só, quando ao pé do fogo da lareira
Ponho-me a recordar o que fui e o que sou,
A minha sombra - a eterna companheira
Que em dias bons e maus sempre me acompanhou,
Fica perto de mim de tal maneira
Que não parece sombra. E' alguém que ali ficou.

Somos dois. Cada qual mais triste e mais calado.
Anda lá fora o luar garoando no jardim...
Tenho pena da sombra imóvel a meu lado
Possuída da expressão de um silêncio sem fim.
E recordo em voz alta o meu tempo passado
E a sombra chega mais para perto de mim.

Ah! Quem me dera ter um bem que se pareça,
Que lembre vagamente outro que longe vai:
As mãos da minha Mãe sobre a minha cabeça,
O consolo de amigo e a fala do meu Pai.

E antes que a noite passe e a alma se me enterneça,
Abro a janela e espio a lua que se esvai...
Qual! E' inútil. Por mais que esta lembrança esqueça,
Uma lágrima cresce em meus olhos e cai...

Deus há de permitir que eu adormeça
Com as mãos da minha Mãe sobre a minha cabeça,
Ouvindo a fala comovida de meu pai.


Olegário Mariano
- In Quando Vem Baixando o Crepúsculo

3 comentários:

Unknown disse...

esta poesia enfeitou minha adolecencia.Estou feliz por haver encontrado este sit

Anônimo disse...

Fiquie muito feliz com este sit.Essa poesia fez parte de miunha adolecencia

Anajá Schmitz disse...

fiquei encantada com essa poesia, coloquei no meu blog,
tenha um ótimo fim de semana.