A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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domingo, 22 de março de 2009

ODE AO PRIMEIRO POETA



- “Comme le monde était jeune,
et que la mort était loin!”
Georges Chennevière


Quando os homens descerem, um dia, dos montes e se detiverem, trêmulos,

diante da planície imensa,
eu te vi erguendo a tua voz forte, límpida e viva.
Eras jovem e tinhas a alegria de quem está descobrindo o mundo.

Foi a tua palavra que modelou a primeira paisagem, deu ritmo aos ventos e imaginou a beleza ingênua dos primeiros e únicos símbolos que se perpetuaram.

Era criatura e criador.

Estavas no gesto maravilhado que armava as primeiras tendas e na mão indecisa que traçava desenho mágico dos caminhos que se improvisavam;
na imagem da vida em que se embebeu o primeiro surto livre do espírito;

estavas em ti mesmo e fora de ti,
quando os homens desceram, um dia, dos montes e se detiveram, trêmulos,

diante da planície imensa...


Emílio Moura

Um comentário:

Sonia Schmorantz disse...

Trocaste a música, mas esta é muito linda também, assim como o poema que agora elegeste. Gosto muito de vir aqui, me sinto como naquelas confortáveis bibliotecas, com um café quentinho e um bom livro para ler.
Beijo e boa semana