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Despertar. O dilúculo termina.
A alba rufa os tambores pelos montes...
Afã. A claridade matutina
Rasga os céus, abre novos horizontes.
Outra ilusão os ares ilumina.
Fulvo, jorrando das perpétuas fontes,
O dilúvio do sol enche a campina,
Inunda estâncias, recobrindo pontes...
Perturba o coração este epinício!
Mas, julgando improfícuo o sacrifício,
Nestas horas de ação, formidolosas,
Gota d'água no mar da Humanidade,
Continuo a rimar na soledade,
Ouvindo estrelas, cultivando rosas.
Martins Fonte
(1884-1937)
Um comentário:
Passei por mero acaso, entrei e li.
Por coincidência dilúculo é também o título do meu último poema.
Parabéns pelo blogue mas também pelos belíssimos poemas.
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