A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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terça-feira, 17 de março de 2009



Se eu me for
vou de bagagem
sem ter mala
e compromisso.
Vou de anjo,
sem ter asa,
vou morando,
sem ter casa.
Vou medir
o infinito.

Hoje sou mais ontem
e me resvalo
em pensamento
e lembrança.
Virei criança.

Passarinho,
passarinho,
asa de vento
e plumagem,
bico feito de cantiga
me livra desta gaiola
que tem palavra
e linguagem!

A cor do tempo
é aguada,
cor de neblina
e azul.
A cor do tempo
usa óculos,
requebra
numa bengala.
A cor do tempo
é sem cor,

parece filme
antigo.
É um tom
de pianola
ou talvez

A saudade
é coisa à toa:
avoa!
A saudade
é coisa tanta:
espanta!

Sylvia Orthof
(Rio de Janeiro-1.932-1997)

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