terça-feira, 17 de março de 2009
Se eu me for
vou de bagagem
sem ter mala
e compromisso.
Vou de anjo,
sem ter asa,
vou morando,
sem ter casa.
Vou medir
o infinito.
Hoje sou mais ontem
e me resvalo
em pensamento
e lembrança.
Virei criança.
Passarinho,
passarinho,
asa de vento
e plumagem,
bico feito de cantiga
me livra desta gaiola
que tem palavra
e linguagem!
A cor do tempo
é aguada,
cor de neblina
e azul.
A cor do tempo
usa óculos,
requebra
numa bengala.
A cor do tempo
é sem cor,
parece filme
antigo.
É um tom
de pianola
ou talvez
A saudade
é coisa à toa:
avoa!
A saudade
é coisa tanta:
espanta!
Sylvia Orthof
(Rio de Janeiro-1.932-1997)
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