domingo, 11 de janeiro de 2009
O POLVO
Polvo da eterna dor, embalde apertas
em teus forte tentáculos sedentos
a humana essência, contra a qual despertas
em teu furor os vários elementos.
Por mais que o gozo em rudes sofrimentos,
por mais que em cardos os rosais convertas,
hão de ao Homem jorrar novos alentos
da consciência as termas sempre abertas.
Assim ao mar que canta, estua e brama,
há séculos o sol, polvo de chama,
em cada raio suga-lhe uma gota.
Mas a seus pés batidos noite e dia,
os continentes bradam à porfia:
“ – Rios ao mar!” e o mar nunca se esgota.
Augusto de Lima
in Coletânea de Poesias
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