quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
EÓLIA
Às vezes, quando estou muito alegre, escancaro
Plenamente a alma ao Sol, às Emoções, à Rima.
E os sonhos nela, então, vêem se aninhar num claro
E festo revoar de aves pela vindima.
Entram fazendo um ruído estranhamente raro
De plumas a ruflar pizzicatos de prima,
Piano, dolce ... crescendo... após forte, e reparo
N’harpa eólia, afina, que vibra lá por cima!
Um encanto! Um delírio! ... E que doce algazarra
De arrulhos e de arrufos e de espanejamentos
A dos sonhos ideais flavos pombos torcazes!
Ah! mas não mais escuto essa orquestra bizarra:
Alucina-me e vejo, em meus deslumbramentos,
Viva Aquela que dorme à sombra dos lilases ...
Euclides Bandeira
in Velhas Páginas-1.903-
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário