sexta-feira, 10 de agosto de 2007
"NÓS II"
Mas não passou sem nuvem de tristeza
esse amor que era toda a minha vida,
em que eu tinha a existência resumida
e a viva chama de minha alma, acesa.
Nem lemos sem vislumbre de incerteza
a página do amor, lida e relida,
mas pouquíssimas vezes entendida,
sempre cheia de engano e de surpresa.
Não. Quantas vezes ocultei minha
dor num sorriso! Quanta vez sentiste
parar, medroso, o coração de gelo!
- É que nossa alma às vezes adivinha
que perder um amor não é tão triste
como pensar que havemos de perdê-lo
Guilherme de Almeida
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