sexta-feira, 10 de agosto de 2007
"SONETO"
Que outro desejo bom, que me cative,
Eu poderei achar, laços fatais,
Se naquela prisão, onde eu estive,
E onde quisera estar, já não estais?
É de esperança, eu sei que o homem vive,
E é de quimera e sonhos imortais,
Mas, se o que desejei, eu não obtive,
Que outra fortuna posso querer mais?
Que mais hei de querer, se para aquele
Que o destino cruel bate e repele,
Todo desejo é inteiramente vão?
Sim! Porém o Silêncio é o deus Apolo!
E tem a graça, e o gesto, e o beijo, e o colo
De Vênus Afrodite - a solidão!
Emiliano Perneta
Ilustração;
Apolo e Dafne.
Óleo sobre tela de Rubens. Data: c. 1636. Bayonne, Musée Bonnat
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