a tarde. Um pássaro canta.
Ao campo e à tarde a chama do verão
seu canto vai levando.
Fica parado dividindo a várzea
um marinheiro rio. A várzea morta,
o rio sem passar e o pássaro
que o sono do verão leva no canto,
e o tempo de lazer o tempo de jazer
antes da morte mais profunda. A sombra
do campo claro a sombra do silêncio
nasce do canto e do calor e dura
pára na terra pobre o mata-pasto
pára no campo o coração da tarde.
H. Dobal
In: O Tempo Conseqüente
Nenhum comentário:
Postar um comentário