Que a morte, no silêncio, esculpe,
Encheram-se de uma estranha claridade...
Que anjos tocam, através do mundo e das estrelas,
Através dos sensíveis rumores,
O canto grave dos violoncelos profundos?
Alma perdida, vagabunda, Messalina sonâmbula,
insaciada...
Que procuras na noite morta, Alma transviada,
Com tuas mãos vazias e tristes?
Cantam os violoncelos... A noite sobe como um
balão...
Meus olhos vão ficando cada vez mais lúcidos...
Soluçam os violoncelos... Ah,
Como é gelado o teu lábio,
Pura estrela da manhã!
Mario Quintana;
in Aprendiz de Feiticeiro
Um comentário:
Muito bonito esse poema do Quintana, Mada, sempre gostei muito dele desde o momento que o conheci. "... a noite sobe como um balão...", que imagem linda, e mais lindo ainda é falar do beijo triste, frio, da estrela da manhã...Posso estar enganado, mas desconfio que esse seja um poema da fase inicial do Quintana, quando era mais clássico, com poesia mais densa, não sei... de qualquer forma é para mim um clássico.
Bjos, minha querida amiga, obrigado por tanta coisa bonita que tua sensibilidade proporciona.
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