Como uma luz no coração da sombra;
Corpo da sombra, coração da terra,
Rima do verso branco que sou eu.
Qual uma rosa que fizesse falta
Às ruas murchas de não serem rios,
Embalo a sombra como um berço estéril,
Antecipando o último berço imóvel.
Felizmente ainda venta no destino.
Ainda o perfume comparece às flores.
Sim! Afinal, a vida é uma verdade
(Por que falei tão alto, se acredito?)!
Meu cansaço fecunda a minha sombra –
A morte amanheceu, quase nasci!
Homero Frei
In “Sonetos Brancos” (1998)
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