a palavra rumina
a indignidade do chumbo
que escurece as manhãs.
Com suas garras de luz
os versos que vingam
no deserto interior
anunciam o oásis
onde a linguagem sacia
a sede de sonhos.
Na manhã dourada
que se anuncia
entre um vento e outro
as estrelas mortas
ressucitarão na obscuridade da alma
reverberando um farol de mel
contra as varizes do desencanto
sepultando o latifúndio as noites.
Eis o poema
ponte dialética
entre a sintaxe do abismo
e a gramática dos silêncios.
Ronaldo Cagiano
in Suplemento Literário de Minas Gerais
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