segunda-feira, 6 de agosto de 2007
"SÓS"
Sozinhos por uma noite inteira andamos de mãos juntas.
Queríamos ver estrelas cadentes
No rosto de pessoas contentes
Andando à nossa volta,
Mas os nossos limites eram feitos de desertos
E a noite árida deixou nossas almas trêmulas.
Nada dissemos que pudesse parecer um reinício;
Nossos olhos por nenhum momento se buscaram;
Sequer sentimos o calor de nossos corpos,
Sequer ouvimos o som de nossos passos.
Havia uma imensa distância;
Uma distância que permitia a tudo nos ser estranho.
A luz pálida de um fim de caminho
Fazia-se dissimular no horizonte.
Ali seria o nosso lugar de chegada
E seria o nosso lugar de partida.
Assim foi feito:
Todas as regras foram cumpridas,
Todos os desejos alheios realizados.
E, apesar de tudo,
Nunca houve em minha vida
Ternura tão intensa
Que de tão intensa se fez eterna.
OSWALDO ANTONIO BEGIATO
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