segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
A Sagrada Receita - IIII
As nenhuma palavra sobrevive...
O que se diz não diz o que se diz –
É essa profundidade bem acima
Da dor, onde passei a rosa a limpo.
Rosa desfeita em sílabas suicidas.
Ouço-a que quer o solo do poema.
Não há mais solo, o tempo está doente
Da ferrugem das noites solitárias.
Não mais beijo, nem poema ou nuvem.
Há um desenho de músicas quietas
Sobre o imóvel remorso do papel.
Há o lápis que enganei e que se deita
Sobre a fotografia das palavras.
E a mão pesada de uma ausência de asas...
Homero Frei
In “Sonetos Brancos” (1998)
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2 comentários:
Linda poesia, enigmática e encantadora, amo poesias, amo tudo que ela representa efaz agente sentir, viajar... parabéns
Madalena,
Tomei a liberdade de copiar este poema lindo para postar em oportunidade futura...Belíssimo!
A convido a retirar em meu Blog o "Prêmio Amizade sem Fronteiras", celebrando, assim, a nossa Amizade...
Beijos e boa semana!
Reggina Moon
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