A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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sábado, 13 de fevereiro de 2010

PÁSSARO SEMPRE



A Olney Borges P. de Souza

O pássaro em repouso no telhado
Está florindo a música iminente.
Súbito, morre. E todo desabrocha
Numa jarra de céu – é o céu que voa!

Voa sua flor de pétalas vazias
Numa viagem de canções quietas –
Um ninho em fuga, uma implosão da morte
Nos telhados carente de repouso.

Porém, eu sei – não há pássaro morto.
Pássaro morto são todas as coisas
Sem pássaros – telhados de si mesmas,

Desaprendendo o céu e, de asas findas,
Errando o último pássaro possível,
Até que é Deus e a madrugada voa!

Homero Frei
In “Sonetos Brancos” (1998)

Um comentário:

Sônia Brandão disse...

Gostei dos sonetos de Homero Frei.
É sempre um prazer conhecer um bom poeta.

bjs