segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Do sofrer que se olvida à própria vida
I
O Olhar é devir esvai-se à chama;
com suplício que vê e não transcende;
em um contemplamento impotente;
olhar alucina-se carpir;
É um deslumbrar mais do que olvidar;
do padecer olhar por entre à relva;
que ao não se perceber de existente;
do sofrer que se olvida à própria vida;
É um esvair-se intenso ao evadir;
Olhar a quem percebe mesmo visto;
revisto com quem vimos infinitos.
Se puder olhar imagem esplendor
frugais imensidões felicidade;
Pondo si tal verdade a mesma dor?
II
Do prado, ao meu olhar serei lento,
mais, com mais velo, rente ao vento,
que do mesmo enlace com maior,
zelo se feche entorpecimento.
Penso olhá-lo de cada ser instante,
esplendor sabe com findar no alento,
ao bramir despertar do meu canto,
contentamento pranto imortal.
Portanto quanto arde mais à tarde,
quiçá tece à sorte desta angústia,
por quem com o dizer dimensão.
Eu inda possa olhá-la desta chama,
tecer-lhe sorte clamar do infinito,
quem sabe ilusão de fenecido.
Eric Ponty
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário