A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

As sombras correm



As sombras correm soltas pela noite
à cata de suas formas apagadas,
tecendo solidões que são abismos,
sinais que são multiplicadas máscaras



de uma face movida pela luz
que desata do feixe o movimento
e se dispersa em fugas para atar-se
à unidade que flui do próprio tempo.



Os cabelos transformam-se em ramagens,
as árvores caminham. As florestas
combatem. Exercita a quadratura
do circulo o artesão moldando a pedra,



polindo arestas, desenhando a fórmula
da sombra em sua ordenação geométrica
como um todo partido que se reúne
pelo esforço que move o vento, a terra.



As águas correm negras, desatadas
das formas, com seus silvos de serpentes
nervosas sobre o leito das estradas,
luzindo a cor sinistra das correntes.


(...)

Foed Castro Chamma
De Narceja - antologia de poesia. São Paulo, 1959
(Irati-Paraná- 1927,- Rio de Janeiro- 2010)

Um comentário:

Sonia Schmorantz disse...

Quando venho aqui, sinto-me como se estivesse numa daquelas espaçosas bibliotecas, cheia de tesouros, ou num daqueles saraus maravilhosos...
beijo