sábado, 13 de fevereiro de 2010
NÉVOA DE PEDRA
Reais a página e a caneta e a tinta
E a mesa e o chão e os olhos das janelas.
E as sediças respostas da memória
Viciada em consumir o meu silêncio.
Reais a mão e a rédea dos seus nervos
E o rumor deste dia e o sol lá fora.
E o sexo da sombra inconseqüente
Propondo gerações de fiéis dilemas.
Reais as cores secas dos três reinos
E a aparência de morte dos minérios
E a entrevida das folhas e das águas.
Reais estas palavras inimigas –
Luzes pesadas esculpindo a angústia –
Bem mais leves que a névoa que elas moem.
Homero Frei
In “Sonetos Brancos” (1998)
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