domingo, 28 de fevereiro de 2010
VI
Uma rosa só são todas as rosas
e esta aqui: ágil vocábulo
o único, o perfeito
emoldurado pelo texto das coisas.
Como dizer sem ela
o que foram nossas esperanças
e em meio à constante errância
os momentos ternos e breves.
Rainer Maria Rilke
In: As Rosas
Tradução de: Janice Caiafa
sábado, 27 de fevereiro de 2010
EM ALGUM LUGAR
No deserto da vida eu erro e ardo
a gemer sob o peso do meu fardo,
mas em algum lugar quase esquecidos
sei de frescos jardins em sombra e em flor.
Em algum lugar, nos confins do sonho,
sei que um abrigo vela
onde a alma volta a ter pátria
e estão a espera o sono, a noite e as estrelas.
Hermann Hesse
In Andares
ALLEGRO
Nuvens esgarçam-se; do céu em brasa
errante luz bruxuleia sobre vales ofuscados.
Pando com o vento quente procela
fujo a passo incansável
Atravessando uma vida nublada.
Ah, se por um instante
ao menos, entre mim e a luz eterna
uma propícia borrasca soprasse o cinzento nevoeiro!
Estrangeira é a terra que me cerca:
leva-me longe, arrancado da pátria,
de um lado para outro o poderoso vagalhão do destino.
Vamos, vento: corre com essas nuvens,
rasga esses véus
para que a luz me possa cair sobre os incertos atalhos!
Hermann Hesse
in Andares
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
may my heart always be open to little
birds who are the secrets of living
whatever they sing is better than to know
and if men should not hear them men are old
may my mind stroll about hungry
and fearless and thirsty and supple
and even if it's sunday may i be wrong
for whenever men are right they are not young
and may myself do nothing usefully
and love yourself so more than truly
there's never been quite such a fool who could fail
pulling all the sky over him with one smile
e.e.cummings
love is the every only god
(Foto by Fernando Campanella)
who spoke this earth so glad and big
even a thing all small and sad
man may his mighty briefness dig
for love beginning means return
seas who could sing so deep and strong
on queerying wave will whitely yearn
from each last shore and come home young
so truly perfectly the skys
by merciful love whispered were,
completes its brightness with your eyes
any illimitable star
e.e.cummings
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
As sombras correm
As sombras correm soltas pela noite
à cata de suas formas apagadas,
tecendo solidões que são abismos,
sinais que são multiplicadas máscaras
de uma face movida pela luz
que desata do feixe o movimento
e se dispersa em fugas para atar-se
à unidade que flui do próprio tempo.
Os cabelos transformam-se em ramagens,
as árvores caminham. As florestas
combatem. Exercita a quadratura
do circulo o artesão moldando a pedra,
polindo arestas, desenhando a fórmula
da sombra em sua ordenação geométrica
como um todo partido que se reúne
pelo esforço que move o vento, a terra.
As águas correm negras, desatadas
das formas, com seus silvos de serpentes
nervosas sobre o leito das estradas,
luzindo a cor sinistra das correntes.
(...)
Foed Castro Chamma
De Narceja - antologia de poesia. São Paulo, 1959
(Irati-Paraná- 1927,- Rio de Janeiro- 2010)
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Noturno à janela
certas noites
a névoa invade
tão densa tudo
que impede ver
o outro lado da baía
não apenas
a linha do horizonte
ou o corpo das montanhas
ou mesmo o espaço de mar
e as ilhas interpostas
que toda noite
quase ocultos
já tendem a se tornar
mera hipótese
salvo a brisa
e o que nela há
de memória e suposição
mas sobretudo
os faróis
suas luzes intermitentes
ora pontuações do silêncio
ora suturas de uma arquitetura
sem limites sem traves
volumes insuspeitos opacos
sim um tudo desmesuradamente nada
Júlio Castañon Guimarães
(do livro Matéria e paisagem, 1998)
(Minas Gerais -1951)
DESACORDO
passos sem retorno
deflagram o desamparo da memória:
ruas em silêncio
te ignoram e se demitem
de fotografias imunes
resta
trégua irônica ante o pasado
um vago poema
desperto porém
contra as arestas do dia
Júlio Castañon Guimarães
(Minas Gerais - 1951)
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Júlio Castañon Guimarães
A Sagrada Receita - IIII
As nenhuma palavra sobrevive...
O que se diz não diz o que se diz –
É essa profundidade bem acima
Da dor, onde passei a rosa a limpo.
Rosa desfeita em sílabas suicidas.
Ouço-a que quer o solo do poema.
Não há mais solo, o tempo está doente
Da ferrugem das noites solitárias.
Não mais beijo, nem poema ou nuvem.
Há um desenho de músicas quietas
Sobre o imóvel remorso do papel.
Há o lápis que enganei e que se deita
Sobre a fotografia das palavras.
E a mão pesada de uma ausência de asas...
Homero Frei
In “Sonetos Brancos” (1998)
domingo, 21 de fevereiro de 2010
A passagem do tempo
(Décio Soncini)
Dantes a passagem do tempo deixava-se adivinhar
no contorno imperfeito das pedras que pisamos.
Os antigos conheciam os segredos dos caminhos
e dos muros e contavam velhas estórias
de sustos e de choro.
Agora, como marionetas cujo fio mágico
irrompe, giratório, à boca da cena,
assim a dança dos dias no calendário.
Com sinais de urgência.
Com movimentos apressados onde o caos se instala.
Com vozes que são águas tão fundas sob o peito
que perturbam o imenso silêncio das estrelas.
Graça Pires
in: 'O silêncio: lugar habitado', 2009
Aviso de Asas
(René Magritte)
Aqui estou, cercada de mim,
melancolia trazida
do interior de um bosque,
silhueta a preto e branco
na figuração de um pássaro em voo lento.
Há quanto tempo,
só eu sei quanto,
as amarras de um barco
se quebraram,
no interior frágil
do instante em que fui vento,
ou apenas um abandono breve,
como as mãos no acto de dar.
No ângulo do grito e da língua
se explica a leveza das lágrimas,
circunfluência no interior das pálpebras,
longínquo lago na cintura dos lábios.
Cheguei ao lugar onde se cruzam
todos os ventos sem hálito
e chamo pelo nome os frutos e a fome,
para que ninguém se comprometa
ao tocar nos meus ombros.
Graça Pires
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
E N T A R D E C E R
O crepúsculo desce! A tarde finda. . .
Que drama ante os meus olhos se descerra!
O sol, cansado da batalha infinda,
As pálpebras de luz no ocaso, cerra. . .
Silente a tarde a imensidade brinda!
Infinita saudade me soterra! . . .
Ante esta quadra misteriosa e linda,
Recordo-me dos céus de minha terra!
Olho o poente que aos poucos se avermelha!
Nesta contemplação a alma se ajoelha,
Deslumbra ao calor das grandes ânsias
E sequiosa do sol de outra paragem
Integra-se à beleza da paisagem
E mergulha na bruma das distancias! . . .
Jansen Filho
In: Obras Completas
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
PASSO A PASSO
Os passos são andaimes interiores
Com que construo a habitação da espera.
Chovem horas em volta até que um dia
Alguém descobre infiltrações no tempo.
Tudo está só. Tudo são passos sós;
Eles que vivem soterrando as asas.
Por isso os dias doem por entre as rosas
Que afasto em busca de uma dor sem flores.
Depois (pobre depois – nome de um nome;
Coisa que é coisa porque as coisas partem
Envelhecendo a infância do futuro)...
Os passos são fraturas no meu voo;
Oprimidos retalhos do infinito;
Portos viajando no porão de um barco.
Homero Frei
In “Sonetos Brancos” (1998)
O T E M P O
Indomável, invencível, arrogante
Como um rio a correr vertiginoso
Não te condoes nem mesmo por instante
Aos clamores dc um coração choroso.
Passageiro do mundo, incessante,
Num desafio bruto, desdenhoso,
Vais rasgando num gesto delirante
As entranhas da vida, impetuoso.
Conduzindo aos abismos do passado
Tudo quanto te surge no caminho,
Ó Tempo, não conheces a piedade!
Nada te faz parar. No triste fado
De não retroceder, seguir sozinho,
Só quem te faz deter é a Saudade.
Bernardina Vilar
(Crato- Ce- 1928-1997)
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Reason
[The ending of a long prose essay titled ``On the Constitution of Church and State'', which I have not seen.]
... Finally, what is Reason ? You have often asked me ; and this is my answer :--
Whene'er the mist, that stands 'twixt God and thee,
[Sublimates] to a pure transparency,
That intercepts no light and adds no stain--
There Reason is, and then begins her reign !
But alas !
------`tu stesso, ti fai grosso
Col falso immaginar, sì che non vedi
Ciò che vedresti, se l'avessi scosso.'
(Dante, Paradiso, Canto 1, lines 88-90)
[You yourself blind yourself
With delusion's dream, so you do not see
What you'd see if you had shaken it off.]
1830
Samuel Taylor Coleridge
(Highgate, England, 1772-1834)
Do sofrer que se olvida à própria vida
I
O Olhar é devir esvai-se à chama;
com suplício que vê e não transcende;
em um contemplamento impotente;
olhar alucina-se carpir;
É um deslumbrar mais do que olvidar;
do padecer olhar por entre à relva;
que ao não se perceber de existente;
do sofrer que se olvida à própria vida;
É um esvair-se intenso ao evadir;
Olhar a quem percebe mesmo visto;
revisto com quem vimos infinitos.
Se puder olhar imagem esplendor
frugais imensidões felicidade;
Pondo si tal verdade a mesma dor?
II
Do prado, ao meu olhar serei lento,
mais, com mais velo, rente ao vento,
que do mesmo enlace com maior,
zelo se feche entorpecimento.
Penso olhá-lo de cada ser instante,
esplendor sabe com findar no alento,
ao bramir despertar do meu canto,
contentamento pranto imortal.
Portanto quanto arde mais à tarde,
quiçá tece à sorte desta angústia,
por quem com o dizer dimensão.
Eu inda possa olhá-la desta chama,
tecer-lhe sorte clamar do infinito,
quem sabe ilusão de fenecido.
Eric Ponty
sábado, 13 de fevereiro de 2010
NÉVOA DE PEDRA
Reais a página e a caneta e a tinta
E a mesa e o chão e os olhos das janelas.
E as sediças respostas da memória
Viciada em consumir o meu silêncio.
Reais a mão e a rédea dos seus nervos
E o rumor deste dia e o sol lá fora.
E o sexo da sombra inconseqüente
Propondo gerações de fiéis dilemas.
Reais as cores secas dos três reinos
E a aparência de morte dos minérios
E a entrevida das folhas e das águas.
Reais estas palavras inimigas –
Luzes pesadas esculpindo a angústia –
Bem mais leves que a névoa que elas moem.
Homero Frei
In “Sonetos Brancos” (1998)
PÁSSARO SEMPRE
A Olney Borges P. de Souza
O pássaro em repouso no telhado
Está florindo a música iminente.
Súbito, morre. E todo desabrocha
Numa jarra de céu – é o céu que voa!
Voa sua flor de pétalas vazias
Numa viagem de canções quietas –
Um ninho em fuga, uma implosão da morte
Nos telhados carente de repouso.
Porém, eu sei – não há pássaro morto.
Pássaro morto são todas as coisas
Sem pássaros – telhados de si mesmas,
Desaprendendo o céu e, de asas findas,
Errando o último pássaro possível,
Até que é Deus e a madrugada voa!
Homero Frei
In “Sonetos Brancos” (1998)
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
TRAJETÓRIA
(Foto by Fernando Campanella)
Não proclames tuas palavras
quando a força de uma divina mão
te arrebatar para um centro
invisível e imóvel.
Como o mistério nos campos
de uma semente vingada
serás lançado a uma solidão imensa
mas não a profanes com impropérios
de teus conhecidos fantasmas.
Pode já não ser a angústia,
pode já não ser o tédio
se a alma assume, atemporal, a trajetória.
Fernando Campanella
TO THE NIGHT
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Valley Candle
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Rotina
A idéia é a rotina do papel.
O céu é a rotina do edifício.
O inicio é a rotina do final.
A escolha é a rotina do gosto.
A rotina do espelho é o oposto.
A rotina do perfume é a lembrança.
O pé é a rotina da dança.
A rotina da garganta é o rock.
A rotina da mão é o toque.
Julieta é a rotina do queijo.
A rotina da boca é o desejo.
O vento é a rotina do assobio.
A rotina da pele é o arrepio.
A rotina do caminho é a direção.
A rotina do destino é a certeza.
Toda rotina tem sua beleza.
Arnaldo Antunes
(São Paulo 1960)
O céu é a rotina do edifício.
O inicio é a rotina do final.
A escolha é a rotina do gosto.
A rotina do espelho é o oposto.
A rotina do perfume é a lembrança.
O pé é a rotina da dança.
A rotina da garganta é o rock.
A rotina da mão é o toque.
Julieta é a rotina do queijo.
A rotina da boca é o desejo.
O vento é a rotina do assobio.
A rotina da pele é o arrepio.
A rotina do caminho é a direção.
A rotina do destino é a certeza.
Toda rotina tem sua beleza.
Arnaldo Antunes
(São Paulo 1960)
sábado, 6 de fevereiro de 2010
'Pequeno exercício do meio dia'
Minha alma partiu desta luz
das tardes frigidas desta dor
nos galhos destas árvores
nos cantos destes pássaros azuis
no olhar perdido das crianças
quer me trazendo N'Alma
às lembranças como frutos
presos aos galhos como maças
amadurecidas dos dias noturnos
sobre a relva que cândida cai.
Eric Ponty
(Minas Gerais)
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Poema
Quem me quiser há-de saber as conchas
a cantiga dos búzios e do mar.
Quem me quiser há-de saber as ondas
e a verde tentação de naufragar.
Quem me quiser há-de saber as fontes,
a laranjeira em flor, a cor do feno,
a saudade lilás que há nos poentes,
o cheiro de maçãs que há no inverno.
Quem me quiser há-de saber a chuva
que põe colares de pérolas nos ombros
há-de saber os beijos e as uvas
há-de saber as asas e os pombos.
Quem me quiser há-de saber os medos
que passam nos abismos infinitos
a nudez clamorosa dos meus dedos
o salmo penitente dos meus gritos.
Quem me quiser há-de saber a espuma
em que sou turbilhão, subitamente
- Ou então não saber coisa nenhuma
e embalar-me ao peito, simplesmente.
Rosa Lobato de Faria
(Portugal-20 de abril de 1932/4 de fevereiro de 2010)
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
ALGUMA COISA
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Es ist alles eitel
(Charles E. Gilbert, Alles ist eitel (1920)
Du siehst, wohin du siehst, nur Eitelkeit auf Erden.
Was dieser heute baut, reißt jener morgen ein;
Wo jetzund Städte stehn, wird eine Wiese sein,
Auf der ein Schäferskind wird spielen mit den Herden;
Was jetzund prächtig blüht, soll bald zertreten werden;
Was jetzt so pocht und trotzt, ist morgen Asch und Bein;
Nichts ist, das ewig sei, kein Erz, kein Marmorstein.
Jetzt lacht das Glück uns an, bald donnern die Beschwerden.
Der hohen Taten Ruhm muß wie ein Traum vergehn.
Soll denn das Spiel der Zeit, der leichte Mensch, bestehn?
Ach, was ist alles dies, was wir für köstlich achten,
Als schlechte Nichtigkeit, als Schatten, Staub und Wind,
Als eine Wiesenblum, die man nicht wiederfind't!
Noch will, was ewig ist, kein einig Mensch betrachten.
Andreas Gryphius
(Germany-1616 - 1664)
'The Vanity of This World'
Look anywhere you will, the Earth is empty show.
What someone builds today, another soon tears down;
Where now a city stands will be a grassy mound,
A place that only shepherds grazing their flocks will know.
What blooms so fair at daybreak, by noon is trampled low;
What bravely struts and strives soon turns to ash and bone;
No substance lasts forever, no brass, no polished stone.
One moment fortune smiles, the next brings bitter woe.
Tales of our mighty deeds like dreams must fade away.
How then should Man—Time's plaything—ever hope to stay?
Oh think, what are those objects we prize beyond compare,
Mere shadows, dust, and wind—all worthless, false and vain;
Field flowers glimpsed in passing and never seen again!
For that which is immortal, no man seems to care.
Andreas Gryphius
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
POEM IN OCTOBER
It was my thirtieth year to heaven
Woke to my hearing from harbour and neighbour wood
And the mussel pooled and the heron
Priested shore
The morning beckon
With water praying and call of seagull and rook
And the knock of sailing boats on the webbed wall
Myself to set foot
That second
In the still sleeping town and set forth.
My birthday began with the water-
Birds and the birds of the winged trees flying my name
Above the farms and the white horses
And I rose
In a rainy autumn
And walked abroad in shower of all my days
High tide and the heron dived when I took the road
Over the border
And the gates
Of the town closed as the town awoke.
A springful of larks in a rolling
Cloud and the roadside bushes brimming with whistling
Blackbirds and the sun of October
Summery
On the hill's shoulder,
Here were fond climates and sweet singers suddenly
Come in the morning where I wandered and listened
To the rain wringing
Wind blow cold
In the wood faraway under me.
Pale rain over the dwindling harbour
And over the sea wet church the size of a snail
With its horns through mist and the castle
Brown as owls
But all the gardens
Of spring and summer were blooming in the tall tales
Beyond the border and under the lark full cloud.
There could I marvel
My birthday
Away but the weather turned around.
It turned away from the blithe country
And down the other air and the blue altered sky
Streamed again a wonder of summer
With apples
Pears and red currants
And I saw in the turning so clearly a child's
Forgotten mornings when he walked with his mother
Through the parables
Of sunlight
And the legends of the green chapels
And the twice told fields of infancy
That his tears burned my cheeks and his heart moved in mine.
These were the woods the river and the sea
Where a boy
In the listening
Summertime of the dead whispered the truth of his joy
To the trees and the stones and the fish in the tide.
And the mystery
Sang alive
Still in the water and singing birds.
And there could I marvel my birthday
Away but the weather turned around. And the true
Joy of the long dead child sang burning
In the sun.
It was my thirtieth
Year to heaven stood there then in the summer noon
Though the town below lay leaved with October blood.
O may my heart's truth
Still be sung
On this high hill in a year's turning.
Dylan Thomas
in Collected Poems
(London: Phoenix, 2003)
*Dylan Marlais Thomas was born on October 27, 1914, in South Wales at 5 Cwmdonkin Drive in Swansea.
On November 9, 1953, he died at St. Vincent's Hospital in New York City at the age of 39. He had become a legendary figure, both for his work and the boisterousness of his life. He was buried in Laugharne, and almost 30 years later, a plaque to Dylan was unveiled in Poet's Corner, Westminster Abbey.
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