sexta-feira, 14 de agosto de 2009
A CONCHA
Escondi-me numa concha, no fundo do mar,
mas esqueci-me em qual.
Cotidianamente desço às profundezas
e côo o mar por entre os dedos
a ver se dou por mim.
Às vezes penso
que fui comido por um peixe gigante
e eu procuro por toda a parte
para o ajudar a engolir-me por completo.
O fundo do mar me atrai e espanta,
com os seus milhões de conchas
semelhantes.
ah, eu estou numa delas
mas não sei em qual.
Quantas vezes fui diretamente a uma conha
dizendo : " Este sou eu".
Quando abria a concha
Estava vazia.
Marin Sorescu
tradução de Luciano Maia
(Romênia 1936-1995)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Ninguém tem culpa
Daquilo que não fomos
Não ouve erros
Nem cálculos falhados
Sobre a estipe de papel;
Apenas não somos os calculistas
Porem os calculados
Não somos os desenhistas
Mas os desenhados
E muito menos escrevemos versos
E sim somos escritos
Ninguém é culpado de nada
Neste estranhar constante
Ao longe uma chuva fina
Molha aquilo que não fomos...
Autor: Desconhecido
Um lindo final de semana com todo carinho para você.
Abraços
Postar um comentário