quarta-feira, 21 de maio de 2008
"XIII"
Vão, que já não são meus
os filhos, os versos, a estória.
Comigo não ficam meus passos
nem o desenho do corpo.
Vão os que do mundo vieram:
as folhas, os porres, os cansaços.
Se depositamos guirlandas e lágrimas
aos pés deste Deus, meu amor,
nossos tesouros já não ficam ensimesmados.
Vão, fiquem vazios nossos barcos
por tamanha generosa partida.
E para tantos outros encontros,
Solte-se a órbita do peito no espaço.
Fernando Campanella
da série "O EU confesso"
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