sábado, 31 de maio de 2008
"Soledade"
(Vista do rio Tejo)
Encontro-me comigo a todo o instante
Na paisagem noturna do meu ser,
Para nela de novo me perder,
Mais ausente ficando e mais distante.
Ó sorte vária! Assim quem há de ver
Neste mendigo roto e caminhante
Aquele místico e saudoso infante
Que o claro Tejo um dia viu nascer?
Ai da minha alma aos ventos desprendida,
Errando ao luar da morte, nem sei onde,
Nas paragens talvez duma outra vida!
A noite cresce; a dor jamais tem fim;
E a minha própria sombra se me esconde
E anda perdida sem saber de mim ...
Anrique Paço D’Arcos
in "Poesias Completas"
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Um comentário:
Excelente trabalho.
Obrigado pela paz que recebi.
Com amizade.
JDACT
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