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As horas passam, lentas como beijos,
ou rápidas, como setas.
Nem desejo de continuar, nem vontade de parar.
Eu só queria que a minha vida fosse uma página em branco,
sem dizeres que não dizem nada,
porque é sempre a mesma inutilidade,
sempre o mesmo espetáculo.
Mas, o tempo não pára:
As horas passam lentas como beijos,
ou rápidas, como setas.
Emílio Moura
in "Itinerário Poético"
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