quinta-feira, 8 de maio de 2008
"CARTA"
(“As cartas de amor são ridículas...” Fernando Pessoa)
Ouso dizer-te, meu amor,
que tua ausência
é uma distância implícita de mim.
Nossos eus se emaranham
e já não sei
em que ponto me quedo,
em que ponto te alças.
A que limite
sou eu que te busco,
ou tu que me alcanças?
Quando prosa ritmada,
quando verso sem pé?
Faca ou colher?
Quando manha, quando ferida?
Onde pecado, onde pudor?
Em que berço
com teus sonhos me deito?
Com meus sonhos
te despertas em que leito?
Cara ou metade?
Lucidez ou enfermidade?
Se memória de ti,
Se esquecimento de mim,
já o que importa?
Onde defeito ,
um mais que perfeito,
um efêmero,
um querer-te cumprido,
sem fim....
(Fernando Campanella)
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Um comentário:
Obrigada por tão lindas poesias de Campanella... estou embevecida!
Bjs.
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