quinta-feira, 7 de agosto de 2008
'BORBOLETA E RAIO DO SOL'
Da selva frondosa
Na sombra acordou
Gentil pousalousa
Centelha, voou.
E as aves trinaram
E a brisa correu
E as ondas rolaram
De azul como céu:
Que doce harmonia!
Que amena soidão
Raiando do dia
A luz! E a visão
Do sol, que aparece
Dentre oiro e rubi,
Dos montes, e desce
Dos vales. Eu vi
Gentil pousalousa
Qual olhos de amor,
Turbada – encantada
No prado e na flor.
Nos bosques, agora,
Na várzea de luz,
No lago de aurora
Que a chama e seduz,
Dos bosques, perdida
No aroma, no amor,
Aos raios erguida
Balança-se a flor...
O aéreo amaranto
Quem viu? – Se perdeu.
Dizei dela o encanto:
Amou e... morreu.
Que sorte minguada!
Que triste existir
Da vida irradiada
De glória e de rir!
Mas – que nos importa
Ser onda ou ser Théos,
Se o mar não aporta
Pra fora dos céus?
Sousândrade
(Paris, 1855)
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