A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

-Rubem Alves-

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domingo, 29 de junho de 2008

"Vias Errantes"




Tarde de maio,
eu sou o que vaga
espírito que viaja
morada de vento,
abrigo de nada.
Eu sou o que noite deserda
e em palhas de sombras
anseia seu ninho.
Trilho o futuro
- meu ser é radiotelescópio-
mas por estas vias errantes
sempre a mim mesmo eu volto.
De luz a sede intransponível,
nada do que toco me veste.
Só meu caminho é arrimo.
O filho do homem
tem a ilusão do destino.


F. Campanella
Photo by Fernando Campanella.

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