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A casa com seus enredos
e hábitos
é um caracol em si mesma
dobrada,
tão à luz do sol omissa,
vedada,
onde a torneira do tempo
respinga e o relógio ressoa
as horas de cotidianos fantasmas.
A casa abriga a tácita ordem,
os medos, as trancas
e os trincados.
Mas sob a magia da noite,
no silêncio do pó,
na sujeira deixada,
a casa se isenta
da mecânica do dia
e se sonha um blue
ou um Clair de lune
e resvala
pelo cansaço dos poros,
pelos desvãos do telhado.
F.Campanella
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