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Na pedra cinza desenhou-se o vulto
esguio e lúgubre, a cabeça altiva
de quem desvenda o além...
Sabe, porém, que a lua invasiva
Revela os traços, pistas decadentes,
de quem não é ninguém.
Na pedra cinza projetou-se o medo
a desesperança triste do infeliz
que mais amou os corredores frios dos palácios
que o pássaro que cantava em seu jardim,
que mais prezou do cinismo o vil verniz
que a bucólica alegria de amar
e se entregar, enfim...
Na pedra cinza, uma lágrima tardia
amolecendo o irônico sorriso
que não espera mais que a noite
seja dia...
Vera Muniz
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