sábado, 19 de abril de 2008
"Ventos do Leste"
Esta brisa de outono me traz, íntima e leve, um poema de Bashô. Desperta aromas maduros , nascentes e frutos, traz também o viés da vida, , fogo e cinza, imagem ressequida, amplo leque de pretéritos e prenúncios. Este vento remoto nos pinheiros do leste tocou poetas longínquos e agora vibra minhas cordas, concede-me colo e já não sou o pária da noite, o grande órfão do mundo. Este sopro traduzido , transportado a laranjeiras, paisagens de minha vida, me abre o grande livro da alma : minha natureza é grande mãe e madrasta de meus versos.
(F.Campanella)
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