sexta-feira, 11 de abril de 2008
"Lamentos em voz baixa"
A vida que não tive,
morre em mim até hoje.
Chega, límpida, pura,
sorri, pálida, foge.
A vida que não tive
salta, viva, de tudo.
Se me sorri nos olhos,
com que ilusão me iludo.
A vida que não tive
é o que há de mim em mim,
chama, orvalho, segredo
do nunca de onde vim.
Emílio Moura
in "Itinerário Poético"
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